29.7.18 | 2.8.18 – Islas de Ons

conseguimos esticar o dedo e imaginar que tocamos, sentirmos, fazer joguinhos
com as mãos e a profundidade para uma fotografia, uma recordação.
vi-as ao lado das Ciés, alcançáveis por mar mas não por terra – em cima daminha moto quando uni Portugal a Galiza e as Astúrias em busca dos faróis queiluminam e salvam a vida ds viajantes marítimos.

não se diz das ilhas: as praias com a água a lembrar o azul do Caribe, o
mergulho numa reserva, a vegetação, o pouco contacto com “a civilização”.

esqueça o tipo de paraíso que é um resort com uma pulseirinha “all included” ou
o fancy thing que é ir para a Quinta
do Lago ou Vale do Lobo, para não falar do Hoteldu Cap. Para isso poderá ir à Agência Paraíso e marcar uma viagem de sonho.
dá para acordar e deitar dentro de água, ficando a dormir numa das casinhas que
se alugam a visitantes, ou montar a Monte Campo junto de hippies e festivaleiros, tendo
o ceú estrelado e a luz do farol como companhia. O mar rodeia-nos, entra pelos
olhos e pelo nariz, faz-se sentir na pele nua a cada minuto que passa.
Não sei. Foi o tempo que escolhi.

nos primeiros dias, caminhar pela ilha, de uma ponta à outra, entre Puntal da
Porta até à Playa de Melide, com o mar a bater forte na costa oeste, por entre
o nevoeiro, com lebres a correr à nossa frente – em vez dos lagartos nos dias
de calor – as gaivotas no ar, o ambiente bucólico, nascem promessas e as
fotografias ganham uma luz especial.
cor, odores que não passam despercebidos a viajantes e caminheiros.
dos três restaurantes que nos acolhem, com: percebes, vieiras, mexilhões, lavagante,
navalheiras, polvo, calamares, robalos, raias, solhas, sargos. Tudo o que pude
ver quando fui mergulhar estava à mesa, apanhado com conta peso e medida, para
manter a sustentabilidade.

Cans, com o azul do mar a sobressair das rochas e das algas. Mas a minha
favorita é a Play de Melides.
a gente vestida, e dada a distância, o sossego é outro; valendo bem a pena os
quase 2km que se caminha até atingir a praia. Quando o sol abriu e finalmente
veio iluminar a viagem já de si iluminada, estar dentro de água foi uma máxima,
aproveitando para refrescar o corpo e, com a máscara de mergulho colocada,
mesmo em apneia, ver toda a vida que se esconde de nós, entre as águas do
oceano.
faróis das Ciés e de Corrubedo, ficando Finisterra ainda mais a norte e o
Sileiro a sul de Baiona, iluminando todas as pontas da costa.
Faróis, em 2016. Continuo a pensar o mesmo. E as Ons são um farol: pelo que vivi, pelo sorriso que levava e que ficou ainda mais cheio.
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