10.7.16 – Arrábida
Nesta questão de ir, não importa onde se começa e onde se acaba. Importa o conteúdo, a felicidade, a partilha; a vontade de ir mais longe.
E para viajar, pela natureza, pela história, pela gastronomia, pelas pessoas, não é necessário sair de Portugal. Temos sítios lindíssimos que merecem ser visitados e conservados.

Visitar a Arrábida não tem uma ordem certa. Eu comecei a visita pela Fonte da Telha e o seu enorme areal com as casas a invadirem as dunas e a areia a cobrir o pouco asfalto que existe.

Não havendo estrada para seguir em frente – tendo ficado a promessa de uma caminhada pelo areal até à lagoa – é necessário ir quase até Fernão Ferro e seguir pela N 377. Aí vale a pena ir à Aldeia do Meco e ir virando nas várias estradas e vielas que nos encaminham para o areal, a lagoa ou a mata.

Abandonado, inóspito – começaram recentemente a recuperação – , tem a magia de um grande local de peregrinação do passado, um sítio onde a história deixou a sua marca.
Em baixo, vertiginosa, a Baía dos Lagosteiros. No topo, um farol que ilumina os navegadores.
Em redor, desde o século XIV, a Ermida, a Igreja da Nossa Senhora do Cabo, a Casa dos Círios, a Casa da Água, o Aqueduto.

Regressando a Sesimbra, é obrigatório entrar na M 525 e, depois, a N 379-1, num zigezaguear constante, entre a escarpa e o mar, num verde azulado lindo, que nos leva emocionantemente, serra abaixo, até ao Portinho da Arrábida.
Descendo por um “saca-rolhas” digno de Laguna Seca, por entre um muro que diz que Sebastião da Gama viveu ali e “O sorriso do mar! Ó búzio longo”, avista-se, por entre as arvores, a pacífica baía, postal ilustrado do paraíso na Terra. Meia dúzia de casas e restaurantes, apoiados em estacas já pelo mar, pitoresco é o que mais apetece chamar.
Amante, | Minha Mãe, minha Irmã, minha Senhora; | eu só quero
entender-te toda a vida | como te entendo, Serra! nesta hora.”.
Qualquer uma delas, uma excelente escolha.
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